O Brasil poderá ter 7,7 milhões de crianças obesas até 2030, é o que aponta o Relatório Mundial de Obesidade deste ano (World Obesity Atlas 2022). De acordo com os dados divulgados o mundo deve passar por uma epidemia de obesidade nos próximo anos. E de acordo com especialista uma criança com obesidade infantil pode representar o reflexo de sua própria família.
A endocrinologista pediátrica do Hospital Israelita Albert Einstein, Jéssica França, que atua no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) afirmou que o combate a obesidade infantil está cada vez mais árduo, e que como a sociedade vive com pressa, o tempo para cuidar da saúde se torna escasso.
De acordo com a médica, as famílias praticam cada vez menos atividades físicas e consumem mais produtos semi-prontos, o que tem proporcionado o número de crianças obesas no Brasil. "O maior desafio é mudar a cultura do lar onde essa criança está inserida, pois, na maior parte das vezes, a obesidade infantil é um reflexo da própria família", pontua a endocrinologista pediátrica.
Jéssica afirma que uma criança pode ser considera obesa quando o seu peso ideal está acima para a sua altura. A médica lembra que o cálculo é feito através do índice de massa corporal (IMC). Ela informa que os sintomas mais evidente de que uma criança está obesa é o fato do filho (a) ganhar peso rápido e aumentar o tamanho da circunferência abdominal.
Questionada sobre quais os riscos que a obesidade infantil pode trazer para uma criança, Jéssica salienta que a obesidade é uma doença crônica e que ela tráz diversas consequências ao metabolismo. Entre os problemas citados pela médica está o fato da criança ficar mais propensa a depressão, devido ao bullying que ela pode vir a sofrer por estar acima do peso.
"Ela pode causar alterações de colesterol; aumento da pressão arterial; aumento da resistência à insulina e diabetes, propriamente dito; problemas ósseos e articulares; distúrbios do sono como a apneia do sono; queda do rendimento escolar. A criança obesa também é mais propensa à depressão e isso se exacerba quando sofre bullying", pontua.
Família tem que acompanhar o tratamento da Obesidade Infantil
Jéssica afirma que toda a família tem que acompanhar o tratamento da obesidade infantil, e que os pais das crianças tem que aderir também o plano terapêutico para que o filho(a) possa ser bem sucedido no tratamento.
A endocrinologista pediátrica salienta que há alguns pilares que compõe o tratamento da obesidade infantil como: alimentação saudável, prática de atividade física, sondo de qualidade e baixo tempo de uso de telas. "Eu sempre reforço que de nada adianta cobrar das nossas crianças se a família não tem bons hábitos. Ela não conseguirá sozinha".
Outro fator que pode influenciar para que uma criança possa ter obesidade infantil é o psicológico. A endocrinologista informou que esse fator pode influenciar tanto como causa ou consequência da obesidade. Ela lembra que na pandemia provocada pela Covid-19, não apenas os adultos, mas também as crianças tiveram suas rotinas alteradas, e fez com que muitas se tornassem sedentárias. Outras por sua vez se tornaram ansiosas e isso fez com que elas tivesse uma alteração em seu hábito alimentar, o que gerou compulsão.
"Uma criança obesa pode evoluir com ansiedade, pois a obesidade infelizmente ainda é uma doença muito relacionada à diversos preconceitos. E recomendamos que os pais possa procurar o quanto antes um endocrinologista para que possa ser iniciado o tratamento", finaliza.
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