A Finlândia, nação desconhecida para muita gente, é um país nórdico situado no norte da Europa, surpreendeu o mundo pela qualidade de vida atribuída pela ONU, de primeiro no ranking global. O país, para quem não sabe, faz fronteira com a Suécia, Rússia e com a Noruega. A sua capital é Helsinque. Mais de 5,3 milhões de pessoas vivem na Finlândia. É o oitavo maior país da Europa em extensão e o menor da União Européia. A língua materna de quase toda a população é o finlandês.
A Finlândia foi apresentada pela Organização das Nações Unidas ao mundo, na última quarta-feira, como a melhor do mundo em qualidade de vida em seu Relatório Anual de Felicidade. O estudo, realizado pelo Departamento de Pesquisa de Felicidade de Copenhague para as Nações Unidas, leva em consideração variáveis como o produto interno bruto, assistência social, expectativa de vida, liberdade, generosidade, ausência de corrupção e qualidade de vida dos imigrantes.
Os finlandeses estão entre os “melhores do mundo” porque se saem bem nos campos social, econômico, político e educacional. E apresentam isso com orgulho. O instituto de estatística finlandês tem uma seção chamada Finlândia, entre as melhores do mundo que coleta dezenas de estudos internacionais em que ocupam os primeiros cargos.
As posições dianteiras do ranking mudam pouco. Nos últimos dois anos, o top10 foi ocupado pelos mesmos países, embora com algumas mudanças de posição, segundo o El País. A Finlândia, por exemplo, foi a quinta em 2017, e este ano mudou-se para oTop 10 do ranking mundial de felicidades da ONU em 2018: Finlândia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Suíça, Holanda, Canadá, Nova Zelândia, Suécia, Austrália. Se destaca no PIB per capita, ajuda social, expectativa de vida, liberdade para tomar decisões, generosidade, percepção de corrupção e diferença em relação aos valores de tabela mais baixos.
O relatório de 2018 enfatizou a felicidade dos imigrantes dos 117 países estudados e conclui que estes atingem o nível de felicidade do país para o qual se mudam. Não só os finlandeses são os mais felizes de acordo com o estudo, mas seus imigrantes também são felizes.
Para Eva Hannikainen, imprensa e cultura associada da Embaixada da Finlândia em Madri, a chave para a felicidade finlandesa é a confiança, tanto entre seus habitantes quanto seus políticos. "É uma sociedade muito transparente com muitas políticas de apoio social". "Além disso, é um país muito seguro e igualitário". Estas são algumas das razões pelas quais os finlandeses se consideram tão felizes. Uma sociedade sem grandes desigualdades.
"Desde o nascimento da Finlândia como país, há cem anos, os dois pilares da sociedade foram igualdade e educação", diz Hannikainen. Foi o primeiro país europeu que concedeu o direito de votar às mulheres, em 1906, e em suas últimas eleições, três dos oito candidatos dos principais partidos eram mulheres. Na Espanha, nenhum dos principais partidos a nível nacional propôs uma mulher como candidata.
A Finlândia é um dos três países com menor desigualdade de gênero no mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Além disso, como a maioria dos países nórdicos, ele tem uma longa licença de paternidade que pode durar até seis meses.
primeiro lugar, que anteriormente ocupava a Noruega.
Na esfera econômica, segundo o Unicef, a Finlândia é o segundo país do mundo com menor desigualdade entre as crianças. Os finlandeses foram os inventores, nos anos 30, do popular berço com roupas, fraldas e acessórios que o governo oferece às famílias com recém nascidos e que agora muitos países estão importando. Além disso, este país é o quarto com a menor taxa de pobreza no planeta.
Certamente você já ouviu em mais de uma ocasião a frase "Finlândia tem o melhor sistema educacional do mundo". Não é um clichê: de acordo com o Fórum Econômico Mundial, o ensino primário finlandês é o melhor do mundo, enquanto o ensino universitário está em terceiro lugar. "A educação não é uma questão de dinheiro na Finlândia", reforça Hannikainen. "É grátis até o bacharelado, e não há universidades privadas".
Além disso, de acordo com Hannikainen, a idéia de que a educação não termina com um bacharelado ou universidade penetrou profundamente na sociedade. "O treinamento é algo que deve ser dado ao longo da vida, e é encorajado tanto em casa como com formação contínua tanto em empresas como em administrações". Os adultos finlandeses ocupam o terceiro lugar no ranking da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no conhecimento de Linguagem e Matemática.
Boa saúde, embora a nossa seja melhor. Uma das variáveis que a ONU considera em seu estudo anual sobre a felicidade é a expectativa de vida.
A Finlândia tem um sistema de saúde pública, mas com um co-pagamento em todos os seus serviços. Os pacientes têm de pagar cuidados primários, internações hospitalares, emergências e medicamentos prescritos.
Outra razão pela qual existe uma grande confiança entre os finlandeses, de acordo com Hannikainen, é segurança. E não tem nada a ver com a dureza de seus corpos policiais e suas dores. Pelo contrário: a Finlândia é, de acordo com os dados do Instituto Europeu de Estatística, um dos países europeus com menos percussão per capita: 140 por 100.000 pessoas.
No entanto, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, a Finlândia é o país mais seguro do mundo para viajar. O Índice de Paz Global 2017, elaborado pelo Instituto de Economia e Paz, inclui-o entre os países mais pacíficos do planeta.
Embora o sistema de saúde seja um pilar fundamental na saúde, não é tudo, e a Finlândia se destaca em outros aspectos. Acima de tudo, em relação à natureza e ao meio ambiente: é o país terceiro em todo o mundo em termos de qualidade do ar e o país com a maioria das florestas na Europa.
Pelo se vê, para nós brasileiros é muita ousadia sonhar com um país do porte da Finlândia. Onde os finlandeses sobressaem, é justamente a nossa fraqueza: educação, segurança, saúde, preservação ambiental, igualdade, preconceito e honestidade. E pensar que dispomos de potencial de terras, recursos hídricos, belezas naturais e um povo alegre. Utilizei de informações do El País, de Madri, para complementação do presente artigo.
(Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro, bacharel em Direito e Economia pela PUC-Goiás, ex-bolsista em cooperativismo agrícola pela Histradut, em Tel Aviv, Israel, e autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste)