O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode escapar de ser cassado na sessão marcada para a próxima segunda-feira (12/9). Enquetes feitas pelo portal G1, da Rede Globo e pelo site Congresso em Foco, mostram que é grande o número de indecisos ou de deputados que podem faltar à sessão. Dos 511 deputados entrevistados pelo G1, 202 se declararam indecisos, quatro disseram que votarão pela absolvição e afirmaram que 274 devem votar pela cassação do mandato do ex-presidente da Câmara Federal. Já na enquete do Congresso em Foco, apenas 153 deputados confirmaram a presença na sessão, enquanto 359 não confirmaram. Se valer este número, Cunha será absolvido, uma vez que são necessários 257 votos para cassar o seu mandato, tornando-o inelegível até o ano de 2027.
Bancada goiana
Entre os 17 deputados goianos, nove disseram ao G1 que votam pela cassação, seis não responderam a enquete e dois disseram que devem se ausentar da sessão. Já na enquete,do site Congresso em Foco, dos 17 deputados, apenas cinco confirmaram presença na sessão e doze não confirmaram, e podem se ausentar do debate.
Considerando a enquete do G1, o prognóstico sobre a cassação também não pode ser dato como definitivo: o número alto de deputados ditos indecisos – 202 – mostra que Eduardo Cunha ainda tem muita força no Parlamento. Na sessão do impeachment, em 17 de abril, o então presidente da Câmara Federal disse que dos 367 que afastaram a presidenta, 160 eram de deputados a ele ligados, a chamada bancada BBB: Bala, Boi, Bíblia.
Na bancada do PMDB, os deputados Daniel Vilela e Pedro Chaves não responderam se votam pela cassação ou pela absolvição. Daniel confirmou presença e Pedro Chaves ainda não. Ainda não definiram o voto e nem confirmaram presença na sessão os deputado Lucas Vergílio (SD) e os deputados Rubens Otoni (PT), Roberto Balestra (PP) e Jovair Arantes (PTB). É provável que no caso de Jovair, ele vote pela absolvição de Cunha, uma vez que foi um dos seus principais cabo-eleitorais na eleição para presidência da Câmara, e foi escolhido por este para ser o relator do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT-MG).
Entre os que pretendem se ausentar da sessão estão os deputados João Campos (PRB) e Flávia Morais (PDT). Campos é um dos líderes da bancada evangélica, uma das principais forças de sustentação de Eduardo Cunha. Flávia Morais desrespeito a decisão do PDT, que fechou questão contra o impeachment e votou pelo afastamento da presidente. Sua ausência, assim como a de Campos, soma votos a favor de Cunha, que para ser cassado necessita de 257 votos, assim, quanto menos deputados votaram, melhor para Cunha.
Entre os deputados do PSDB, Giuseppe Vecci, Célio Silveira e Fábio Sousa revelam que devem votar pela cassação, no entanto, apenas Célio respondeu que irá à sessão, enquanto Vecci e Sousa anda irão confirmar a participação. Entre os deputados do PP, Roberto Balestra e Sandes Júnior não responderam à enquete do G1, e também não confirmaram se estarão presentes na votação da cassação de Cunha. No PR, o delegado Waldir Soares (PR) diz que vota pela cassação e vai à sessão, sua colega de bancada, Magda Mofato não confirmou nem um, nem outro.