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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende copiar o sistema de revisão de incentivos fiscais adotado em Goiás desde 2019.
A reforma tributária proposta pelo governador tucano prevê 20% de cortes em benefícios fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), semelhante ao que ocorreu em Goiás há dois anos.
Goiás renovou o modelo de incentivos a partir do programa Pro-Goiás, que prevê efetivamente a regionalização da industrialização em Goiás.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), foi o primeiro gestor no país a demonstrar que o antigo modelo dos incentivos baseado no Produzir era inviável para o desenvolvimento do Estado.
Especialistas em direito tributário e fiscalização, além de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), apontaram em estudos e prognósticos que Goiás perdia cerca de R$ 10 bilhões de arrecadação ao ano com o antigo modelo.
A tesourada de Doria prevê a arrecadação de R$ 8 bilhões.
Do ponto de vista político, a medida de Doria vai contra o PSDB de Goiás, que foi contra as medidas de Ronaldo Caiado e tentou de todas as formas impedir seu debate na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
BASTIDORES
A contradição tucana em Goiás tem mais relação com o fato do PSDB ser oposição em Goiás e tentar impedir que as ações do adversário político obtenham êxito.
O PSDB e políticos do seu grupo estiveram no poder por três décadas em Goiás: entre 1987 a 1991 e 1999 a 2018.
Antes mesmo de assumir o governo, em novembro de 2018, Ronaldo Caiado chamou o setor produtivo e os grandes empresários de Goiás para, de imediato, reverem a política de benefícios.
A medida contou com o apoio da própria Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial).
Antes mesmo de assumir, de forma inédita, sem poder de comando, já que não estava à frente do governo ainda, Ronaldo Caiado conseguiu economizar R$ 1 bilhão com o setor produtivo para que o Estado começasse 2019 com possibilidades de reduzir o impacto do rombo deixado pelos gestores anteriores.
