Os depoimentos apresentados pelos autodeclarados evangélicos presos por participação nos atos criminosos e antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro relatam que igrejas localizadas em diversos estados do país foram responsáveis pela mobilização e financiamento de caravanas para o famigerado evento.
Pelo menos 5 pessoas apresentaram versões semelhantes aos investigadores da Polícia Federal. Alguns alegaram que viajaram em excursões promovidas por uma igreja presbiteriana, outros informaram que receberam doações de pastores enquanto participavam dos acampamentos localizados na frente de quartéis.
Os depoentes não se aprofundaram nas informações fornecidas as autoridades, porém tiveram seus aparelhos de telefone apreendidos, o que permitirá melhor análise das versões apresentadas.
Não é surpresa para os que acompanham os noticiários que lideranças religiosas dos seguimentos neopentecostais, pentecostais e carismáticos estão amplamente organizadas e buscando laços fortes com a política brasileira, e tal fato ficou ainda mais evidente durante o governo que esteve no poder pelos últimos 4 anos.
A Influência de tais seguimentos esteve presente nos mais variados escalões do antigo governo, no entanto, quase sempre envolvida em escândalos como foi o caso da cobrança de propina em ouro por parte de pastores que visitavam constantemente o Ministério da Educação, comandando à época pelo também pastor, Milton Ribeiro.
Os depoimentos são parte de um inquérito aberto pela Polícia Federal com vistas a apurar quem foram os financiadores, organizadores e mentores dos atos de vandalismo, que vale salientar foram responsáveis pela depredação das sedes dos Três Poderes da República. Ao todo foram presos cerca de 1800 pessoas.